1. DOS PROGRAMAS
No ano de 2002, os programas de Pós-Graduação em
Comunicação festejaram seus trinta anos de existência.
O pioneiro foi o da Escola de Comunicações e Artes da Universidade
de São Paulo (ECA/USP), aberto durante a gestão na pós-graduação
do prof. Erwin Theodor Rosenthal. O Programa de Mestrado em Ciências
da Comunicação foi inaugurado em 8/1/1972, sendo seguido
em 1/8/1980 pelos Doutorados em Comunicação e Artes (o Mestrado
em Artes, que concentrava a área de Cinema, data de 1974).
Na Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio
de Janeiro (ECO/UFRJ) ele foi organizado pelo primeiro diretor da ECO,
o prof. José Simeão Leal, em 1972, sendo ampliado e desenvolvido
pelo prof. Emmanuel Carneiro Leão.
Em 1974 foi aberto o da Universidade de Brasília (Programa de Pós-Graduação
em Comunicação), vindo a seguir, em 1978, os da Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo (Programa de Pós-Graduação
em Comunicação e Semiótica), e o da Universidade
Metodista de São Paulo (Programa de Pós-Graduação
em Comunicação Social). A PUC de São Paulo informa
que o início do programa de Mestrado teria se dado em 1970, tornando-o
o mais antigo do país, porém cremos que esteja se referindo
ao Programa de Teoria Literária (Semiótica), de onde se
desdobrou o Programa de Comunicação e Semiótica,
em 1978.
Mas foi na virada da década de 90 e na entrada do novo milênio
que a proliferação dos cursos se fizeram mais presentes.
Os programas criados foram os seguintes:
1989: Universidade Federal da Bahia/Programa de Pós-Graduação
em Comunicação e Cultura Contemporânea/Faculdade de
Comunicação;
1994: Universidade Estadual de Campinas/Programa de Pós-Graduação
em Multimeios/Instituto de Artes;
1994: Universidade Vale dos Sinos (São Leopoldo)/Programa de Pós-Graduação
em Ciências da Comunicação;
1994: Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do
Sul/Curso de Mestrado em Comunicação Social;
1995: Universidade Federal do Rio Grande do Sul/Programa de Pós-Graduação
em Comunicação e Informação/Faculdade de Biblioteconomia
e Comunicação;
1995: Universidade Federal de Minas Gerais/Mestrado em Artes Visuais/Escola
de Belas Artes.
1996: Universidade Federal de Minas Gerais/Programa de Pós-Graduação
em Comunicação e Sociabilidade Contemporânea/Faculdade
de Filosofia e Ciências Humanas - Departamento de Comunicação
Social;
1997: Universidade Federal Fluminense/Programa de Pós-Graduação
em Comunicação, Imagem e Informação/Instituto
de Arte e Comunicação Social;
1998: Universidade Federal de Pernambuco/Programa de Pós-Graduação
em Comunicação/Faculdade de Ciências Humanas, Letras
e Artes - Departamento de Comunicação Social;
1999: Universidade de Marília/Programa de Pós-Graduação
em Comunicação;
2000: Universidade Tuiuti do Paraná/Mestrado Acadêmico em
Comunicação e Linguagens/Faculdade de Ciências Sociais
Aplicadas;
2001: Universidade Paulista/Programa de Mestrado em Comunicação/Campus
Bacellar;
2001: Universidade do Estado do Rio de Janeiro/Programa de Pós-Graduação
em Comunicação/Faculdade de Comunicação Social;
2002: Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho -
Campus de Bauru/Programa de Pós-Graduação em Comunicação/Faculdade
de Arquitetura, Artes e Comunicação;
2002: Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro/Programa
de Pós-Graduação em Comunicação Social.
Além dos cursos reconhecidos no país pela CAPES - Coordenadoria
de Apoio ao Pessoal de Nível Superior como de Stricto Senso, na
cidade de São Paulo, a Faculdade de Comunicação Social
Cásper Líbero oferece um Curso Lato Sensu na sua Pós-Graduação.
Dessa forma, tivemos cinco programas abertos na década de 70 (dois
na cidade de São Paulo, um em São Bernardo do Campo, outro
no Rio de Janeiro e um em Brasília), um na década de 80,
em Salvador; nove na década de 90 (três em Porto Alegre,
dois em Belo Horizonte e um em cada cidade de Campinas, Recife, Niterói
e Marília) e cinco a partir do ano 2000 (São Paulo, Curitiba,
Rio de Janeiro, dois, e Bauru), somando um total de 19 programas e um
Mestrado em funcionamento no país. Deste total, 12 deles, ou seja,
mais da metade, está qualificada para a titulação
nos dois níveis, Mestrado e Doutorado, mostrando a excelência
do corpo docente.
Programa
|
Ano
|
Universidade
|
Nível
|
Área
de concentração atual
|
Ciências
da Comunicação
|
1972
|
USP
|
M(1972)D(1980)
|
1.Ciências
da Informação e Documentação
2.Comunicação
3.Jornalismo
4.Relações Públicas, Propaganda e Turismo
5.Comunicação e Estética do Audiovisual
|
Comunicação
|
1972
|
UFRJ
|
M(1972)D(1983)
|
Comunicação
e Cultura
|
Comunicação
|
1974
|
UnB
|
M(1974)D(2002)
|
Meios
de Comunicação e Sociedade
|
Comunicação
e Semiótica
|
1978
|
PUC-SP
|
M(1978)D(1981)
|
1.Signo
e Significações nas Mídias2.Intersemiose na
Literatura e nas Artes3.Tecnologias da Informação
|
Comunicação
Social
|
1978
|
UMESP
|
M(1978)D(1995)
|
Processos
Comunicacionais
|
Comunicação
e Cultura Contemporânea
|
1989
|
UFBa
|
M(1989)D(1994)
|
Análise
de Produtos e Linguagens da Cultura MediáticaComunicação
e PolíticaCibercultura
|
Multimeios
|
1994
|
Unicamp
|
M(1994)D(1999)
|
Multimeios
e CiênciaMultimeios e Arte
|
Ciências
da Comunicação
|
1994
|
Unisinos
|
M(1994)D(1999)
|
Processos
Midiáticos
|
Comunicação
Social
|
1994
|
PUC-RS
|
M(1994)D(1999)
|
Nd
|
Comunicação
e Informação
|
1995
|
UFRGS
|
M(1995)D(2001)
|
Comunicação
e Informação
|
Comunicação
|
1997
|
UFF
|
M(1997)D(2002)
|
Comunicação,
Imagem e Informação
|
Comunicação
Social
|
1995
|
UFMG
|
M(1996)
|
Comunicação
e Sociabilidade Contemporânea
|
Comunicação
|
1998
|
UFPE
|
M(1998)
|
Comunicação
|
Comunicação
|
1999
|
UNIMAR
|
M(1999)
|
Mídia
e Cultura
|
Comunicação
e Linguagens
|
2000
|
UTP
|
M(1999)
|
Nd
|
Comunicação
|
2001
|
UNIP
|
M(2001)
|
Comunicação
e Cultura Mediática
|
Comunicação
|
2001
|
UERJ
|
M(2002)
|
Comunicação
Social
|
Comunicação
|
2002
|
UNESP
|
M(2002)
|
Comunicação
Mediática
|
Comunicação
Social
|
2002
|
PUC-RJ
|
M(2002)
|
Comunicação
Social
|
Mestrado
em Artes Visuais
|
1995
|
UFMG
|
M(1995)
|
Arte
e Tecnologia da Imagem
|
Fontes: Pesquisa FAPESP, dez.2002; ECA: Pós-Graduação
30 anos, diversidade e interdisciplinaridade; eco.ufrj.br; unb.br; pucsp.br;
umesp.br; facom.ufba.br; iar.unicamp.br; comunica.unisinos.br; ilea.ufrgs.br;
pucrs.br; fafich.ufmg.br; propesq.br; utp.br; unip.br uerj.br; uff.br;
faac.unesp.br; facasper.com.br; unimar.br; puc-rio.br
No que tange às
linhas de pesquisa dos programas, em média elas giram em torno
de duas a três, buscando trabalhar de forma teórica e reflexiva
as áreas da imagem em movimento (cinema, vídeo e as novas
tecnologias digitais), jornalismo, publicidade (marketing, relações
públicas, turismo), documentação (tratamento da informação)
e os aspectos teóricos da comunicação (epistemologia
e cognição). Dentro deste panorama, o programa da ECA/USP
possui um caráter excepcional ao apresentar 18 linhas de pesquisa,
enquanto o programa mais próximo, o da PUCSP, congrega seis linhas.
O número de professores envolvidos ascende a mais de 400 profissionais,
com um número médio de 20 docentes por programa (a ECA/USP
conta com 119 professores). Embora não seja o nosso escopo uma
avaliação em profundidade do corpo docente, podemos adiantar
que a Universidade brasileira gerou de 2/3 a ¾ dos doutores admitidos
nos programas.
As linhas dos programas dos programas podem ser explicitados na seguinte
ordem:
ECA/USP: 18 linhas
Área de Concentração Ciências da Comunicação
e Documentação
1) Ação Cultural
2) Análise Documentária
3) Geração e Uso da Informação
4) Informação, Comunicação e educação
Área de Concentração: Comunicação
5) Epistemologia, teorias e Metodologias da Comunicação
6) Comunicação e Cultura
7) Comunicação e Educação
8) Comunicação e Ficção Televisiva
Área de Concentração: Jornalismo
9) Epistemologia do Jornalismo
10) Jornalismo e Cidadania
11) Jornalismo e Linguagem
12) Jornalismo Comparado
13) Jornalismo, Mercado e Tecnologia
Área de Concentração: Relações Públicas
14) Comunicação Institucional: Políticas e Processos
15) Publicidade, Moda e Produção Simbólica
16) Turismo e Lazer
Área de Concentração: Comunicação e
Estética do Audiovisual
17) Técnicas e Poéticas em Imagem e Som
18) Significação em Imagem e Som
PUCSP: 6 linhas
Área de Concentração: Signo e Significado nas Mídias
1)Fundamentos Conceituais da Semiótica e da Comunicação
2) Linguagens e processos Psicossociais nas Mídias
Área de Concentração: Intersemiose na Literatura
e nas Artes
3) Literatura: Intertextualidade e Hipertextualidade
4) Linguagens da Arte e Artemídia
Área de Concentração: Tecnologias da Informação
5) Cognição e Informação
6) Tecnoculturas
UNB: 3 linhas
Área de Concentração: Meios de Comunicação
e Sociedade
1) Interpretação de Produtos Culturais
2) Produção Social do Jornalismo
3) Comunicação e Contemporaneidade
UFBa/FACOM: 3 linhas
Área de Concentração: Comunicação e
Cultura Contemporânea
1) Análise de Produtos e Linguagem da Cultura Mediática
2) Comunicação e Política
3) Cibercultura
UFF: 3 linhas
Área de Concentração: Comunicação
1) Comunicação e Mediações
2) Tecnologias da Comunicação e da Informação
3) Análise da Imagem e do Som
UNESP/Faculdade de
Arquitetura, Artes e Comunicação: 3 linhas
Área de Concentração: Comunicação Midiática
1) Cultura Midiática e Sociedade
2) Gêneros, Formatos e Produção de Sentido
3) Gestão da Informação e Comunicação
Midiática
ECO/UFRJ: 2 linhas
Área de Concentração: Comunicação e
Cultura
1) Comunicação, Cultura e Sistemas Sociais
2) Comunicação, Cultura e Sistemas de Pensamento
UMESP: 2 linhas
Área de Concentração: Processos Comunicacionais
1) Comunicação Massiva
2) Comunicação Segmentada
UNICAMP/Instituto
de Artes: 2 linhas
1) Multimeios e Ciências (Antropologia Visual; Comunicação
Sonora; Cultura Popular e Multimeios; Multimeios, Educação
e Gestão do Conhecimento)
2) Multimeios e Artes (Cinema - História e Teorias; Criação
em Multimídia; Estética e Documentação Audiovisual;
Literatura e Audiovisual; Vídeo Arte e Vídeo Documentário)
UNISINOS: 2 linhas
Área de Concentração: Processos Midiáticos
1) Mídias e Processos de Significação
2) Mídias e Processos Sócio-Culturais
UFRGS/Faculdade de
Biblioteconomia e Comunicação: 2 linhas
Área de Concentração: Comunicação e
Informação
1) Comunicação e Indústrias Culturais
2) Informação e Novas Tecnologias
UFMG/FAFICH: 2 linhas
Área de Concentração Comunicação e
Sociabilidade Contemporânea
1) Comunicação e Práticas Sociais
2) Comunicação e Linguagem
UFMG/EBA: 2 linhas
Área de Concentração: Arte e Tecnologia da Imagem
1) Criação, Crítica e Preservação da
Imagem
2) Criação e Crítica da Imagem em Movimento
UFPe: 2 linhas
Área de Concentração: Comunicação
1) Linguagem dos Meios
2) Mídia e Cultura
UNIP: 2 linhas
Área de Concentração: Comunicação e
Cultura Mediática
1) Configuração de Linguagens e Produtos Audiovisuais na
Cultura Mediática
2) Cultura Mediática e Grupos Sociais
UERJ/Faculdade de
Comunicação Social: 2 linhas
Área de Concentração: Comunicação Social
1) Cultura de Massa e Representação Social
2) Novas Tecnologias e Cultura
UMIMAR: 2 linhas
Área de Concentração: Mídia e Cultura
1) Ficção na Mídia
2) Produção e recepção de Mídia
PUC-RJ: 2 linhas
Área de Concentração: Comunicação Social
1) Cultura de Massa e Representações Sociais
2) Cultura de Massa e Práticas Sociais
2. DA TITULAÇÃO
Na forma de dissertações de Mestrado e teses de Doutorado
e Livre Docência os programas de Comunicação são
geradores de conhecimento, uma das funções da Universidade.
No campo do cinema brasileiro, que é o foco deste balanço,
temos que alargar este espectro para as Faculdades de Filosofia, Ciências
e Letras, estruturas universitárias mais antigas e das quais muitos
dos primeiros professores dos programas de Comunicação são
egressos.
Em primeiro lugar é preciso explicar o que entendemos por cinema
brasileiro para efeito de explicitação do recorte realizado
sobre a produção científica universitária.
Cinema brasileiro está sendo entendido aqui como um campo de conhecimento
específico de estudo universitário surgido na década
de 60 com as experiências pioneiras das Universidades de Brasília
e de São Paulo. O artefato material deste campo é o filme,
suporte em película para uma forma narrativa construída
com imagens em movimento, concentradora de uma série de atividades
materiais, como produção, distribuição e exibição,
e culturais, como a leitura feita pelos espectadores na circulação
dessas narrativas. Dessa forma, os trabalhos universitários conduzidos
sobre o filme abarcam uma gama variada de assuntos situados nos campos
mais tradicionais da Literatura, História, Economia e Sociologia,
assim como os mais recentes das áreas de Comunicação
e da Antropologia Visual.
As novas formas de produção magnética (o vídeo)
e digital (programas computacionais), apropriadas pela vídeo-arte
ou pelo que se convencionou chamar de audiovisual, principalmente na utilização
do vídeo na educação, estão fora do interesse
deste levantamento, com exceção daqueles estudos que trabalham
situações limites como as fronteiras entre televisão
e cinema, ensino com o auxílio do filme ou as tecnologias de tratamento
da película e do magnético/digital.
Dito isso, organizamos um repertório de 728 teses e dissertações
defendidas sobre cinema, pesquisadas nos bancos de dados universitários
nacionais e estrangeiros veiculados pela WWW - World Wide Web. Desta produção,
descartamos 204 documentos por estudarem o cinema estrangeiro (ver relação
no arquivo TESEESTRANGEIRA) e outras 10 por conterem mínimas referências
ao cinema brasileiro (ver anexo ao final desta parte). Dos 514 documentos
selecionados sobre cinema brasileiro, vários ainda estão
sujeitos a uma avaliação mais criteriosa, principalmente
aqueles defendidos fora de São Paulo; a produção
por titulação defendida no Brasil somou 476 textos com a
seguinte divisão:
MESTRADO: 339
DOUTORADO: 126
LIVRE DOCÊNCIA: 11
Entre as 11 livre
docências, sete foram defendidas dentro do regime instituído
depois de 1968 pela reforma universitária.
Os programas de pós-graduação em comunicações
reconhecidos dedicaram ao cinema brasileiro as seguintes teses e dissertações
(ordenados segundo a data de abertura):
:
PROGRAMA |
LIVRE DOCENTE |
DOUTOR |
MESTRE |
ECA/USP
|
5
|
42
|
90
|
ECO/UFRJ
1 11 28
|
1
|
11
|
28
|
UnB
- - 9
|
-
|
-
|
9
|
PUC/SP
- 6 20
|
-
|
6
|
20
|
UMESP
- - 3
|
-
|
-
|
3
|
UFBa
- - 5
|
-
|
-
|
5
|
Unicamp/Multimeios
- 1 14
|
-
|
1
|
14
|
PUCRS
- - 1
|
-
|
-
|
1
|
UFRGS
- - 1
|
-
|
-
|
1
|
UFMG/FAFICH
- - 3
|
-
|
-
|
3
|
UFMG/EBA
- - 4
|
-
|
-
|
4
|
UFF
- - 6
|
-
|
-
|
6
|
UNIP
- - 1
|
-
|
-
|
1
|
UNESP/Bauru
- - 3
|
-
|
-
|
3
|
TOTAL
|
6
|
60
|
188
|
Não só
o afunilamento entre os níveis de titulação é
bem visível como o número total de homens que se titula
é bem maior que o de mulheres (151 homens contra 96 mulheres),
a diferença devendo-se ao Mestrado, onde a quantidade de homens
que chega ao final da pós-graduação é de 120
contra 67 mulheres. No Doutorado há um equilíbrio entre
os sexos com 30 homens com titulação de Doutor contra 28
mulheres. Mas o número de mulheres que chega à Livre Docência,
na nova modalidade imposta depois de 1968, é bem maior (5 mulheres
contra 2 homens).
A maior parte destes títulos foi obtida nos programas instalados
na cidade de São Paulo (164 titulações) contra 40
no Rio de Janeiro, distribuindo-se os restante entre os programas das
cidades de Campinas (15), Brasília (9), Belo Horizonte (7), Niterói
(6), Salvador (5), São Bernardo do Campo (3), Bauru (3) e Porto
Alegre (1).
PROGRAMA
|
TITULAÇÃO
|
ECA/USP
|
137
|
ECO/UFRJ
|
40
|
PUCSP
|
26
|
Unicamp/IA
|
15
|
UnB
|
9
|
UFF/IACS
|
6
|
UFMG/EBA
|
6
|
UFBa
|
5
|
UNESP/Bauru
|
3
|
IMESP
|
2
|
UNIP
|
1
|
UFRGS
|
1
|
Se os Programas de
Comunicação contribuíram com 254 trabalhos sobre
cinema brasileiro, não podemos esquecer a importante contribuição
das Faculdades de Filosofia, Letras e Ciências Humanas no estudo
do cinema brasileiro, tanto nas cidades onde os cursos de Comunicação
foram ou ainda são incipientes, quanto nas grandes Universidades.
Desta forma, as Faculdades ou Departamentos de Letras, História
e Ciências Sociais produziram 143 teses e dissertações.
Outros cursos como Educação, Arquitetura e Urbanismo, Direito
e até Medicina, agregaram outras 24 trabalhos ao conjunto, somando
167 pesquisas.
FACULDADE
|
MESTRE
|
DOUTOR
|
FFLCH/USP
|
22
|
23
|
UFRJ
|
26
|
8
|
UNICAMP
|
12
|
7
|
PUC/SP
|
11
|
4
|
UFRGS
|
7
|
2
|
UFMG
|
7
|
5
|
UFBa
|
6
|
2
|
UFF
|
6
|
3
|
UNESP
|
2
|
2
|
UnB
|
1
|
1
|
OUTRAS
FEDERAIS
|
18
|
3
|
OUTRAS
do RJ
|
12
|
-
|
OUTRAS
PUCs
|
13
|
3
|
TOTAL
|
143
|
63
|
Os departamentos
de Letras foram os que deram a maior contribuição na aproximação
com o cinema brasileiro, seguido pelos de História e Ciências
Sociais:
CURSO
|
MESTRE
|
DOUTOR
|
LETRAS
|
39
|
12
|
HISTÓRIA
|
46
|
2
|
CIÊNCIAS
SOCIAIS
|
38
|
4
|
EDUCAÇÃO
|
5
|
4
|
ARQUITETURA
|
5
|
-
|
ADMINISTRAÇÃO
|
3
|
-
|
Embora, no geral, a
diferença entre os Mestrados e Doutorados passe pelo mesmo processo
de afunilamento na inclusão do cinema brasileiro como motivo de
estudo, caindo para menos da metade no Doutorado, quanto aos sexos há
uma preponderância masculina. No Mestrado são 74 homens contra
55 mulheres, mantendo-se a proporção no Doutorado, 26 contra
20 mulheres.
Na soma dos trabalhos defendidos nos cursos de pós-graduação
dedicados tanto à Comunicação quanto aos de Filosofia,
Letras e Ciências Humanas, chegamos ao seguinte "ranking"
por Universidade:
Universidade de São Paulo: 195 trabalhos
Universidade Federal do Rio de Janeiro: 73
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo: 41
Universidade Estadual de Campinas: 34
Universidade Federal de Minas Gerais: 19
Universidade Federal Fluminense: 15
Universidade Federal da Bahia: 13
Universidade Federal do Rio Grande do Sul: 12
Universidade de Brasília: 11
Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro: 9
No exterior, a Universidade de Paris é um pólo de atração
que continua magnetizando os pós-graduandos. Nas suas faculdades
se defenderam 17 trabalhos contra cinco em Nova York.
3. A EVOLUÇÃO
DAS TESES NO TEMPO
Até 1970, o cinema brasileiro esteve pouco presente nos trabalhos
universitários com 6 defesas de teses (uma delas no exterior).
Na década seguinte, como resultado da criação dos
cursos de graduação em comunicação e, logo
em seguida, com os programas organizados, elevou-se exponencialmente a
produção, atingindo-se 33 teses e dissertações
(4 delas no exterior). Esse crescimento dobrou na década de 80
(com 71 trabalhos), quadruplicando na de 90 (292 trabalhos), mostrando
como esse é um fenômeno recente na Universidade brasileira.
O interesse pelo assunto "cinema brasileiro" também se
refletiu no exterior com um número mais expressivo de apresentação
de teses a partir do final da década de 90 (oito no triênio
2000/2002 contra nove em toda a década de 90).
ANO
|
DEFESAS
NO BRASIL
|
EXTERIOR
|
2002
|
41
|
3
|
2001
|
52
|
3
|
2000
|
38
|
5
|
1999
|
47
|
3
|
1998
|
16
|
-
|
1997
|
34
|
3
|
1995
|
36
|
1
|
1994
|
19
|
-
|
1993
|
21
|
-
|
1992
|
16
|
1
|
1991
|
15
|
-
|
Anos
80
|
69
|
10
|
Anos
70
|
26
|
4
|
1950-70
|
7
|
1
|
Um número significativo dos trabalhos defendidos no Brasil durante
o transcorrer deste tempo, cerca de 25% do total, foi orientado por um
pequeno grupo de professores, entre os quais estão os decanos e
participantes dos núcleos pioneiros das pós-graduações
como Ismail Norberto Xavier (19 teses e dissertações), Mary
Enice Ramalho de Mendonça (17), Maria Rita Eliezer Galvão
(16), Eduardo Peñuela Cañizal (16), Marília da Silva
Franco (10), Emmanuel Carneiro Leão (6), Muniz Sodré de
Araújo Cabral (6), Rogério Luz (6), Marcello Giovanni Tassara
(5), Eduardo Leone (5), Heloísa Buarque de Hollanda (4) e Arlindo
Ribeiro Machado Neto (4). Uma nova geração formada por esses
professores vem tomando o seu lugar na Universidade com Adilson José
Ruiz (6 dissertações), Lúcia Nagib (4), Antonio Carlos
Amâncio da Silva (4) ou Fernão Vitor Pessoa Ramos (4). A
contra-face a esse punhado de mestres agrupado nos cursos de Comunicações
encontra-se na fragmentação das mais de duas centenas de
orientadores atuando, em geral, nas Faculdades de Filosofia, Letras e
Ciências Humanas.
A existência destes dois pesos na balança pode ser vista
na eleição dos temas dos trabalhos. O Cinema Novo aparece
com 74 trabalhos referenciados, sendo o seu diretor mais representativo,
Glauber Rocha, alvo de 66 referências, e os seus filmes mais significativos
como Deus e o diabo na terra do sol e Terra em transe (20 entradas) ou
Barravento (10 entradas). Dos integrantes do Cinema Novo nenhum dos diretores
se compara a Glauber Rocha em termos de atração, situando-se
no patamar mais próximo Leon Hirszman (11 entradas). Sobre o cinema
contemporâneo há uma especial predileção pelos
irmãos Walter e João Moreira Salles, e pela dramaturgia
de Eduardo Coutinho. Nas Ciências Humanas os temas ligados à
Literatura são majoritários, com 53 referências, vindo
depois os relacionados à História (25 entradas) e Antropologia
(16 entradas). Nos últimos anos, os estudos sobre o emprego do
cinema no ensino tem atraído um número significativo de
pesquisadores.
Não poderíamos terminar este balanço sem uma nota
sobre a edição dos trabalhos universitários. Eles
não têm sido muito palatáveis para o mercado editorial,
pois publicar em livro uma dissertação ou tese que teve
por tema o cinema brasileiro é tão difícil quanto
a realização dos filmes, que muitas vezes foram a base para
a realização dos trabalhos. Até 2002, somente 13%
das teses e dissertações chegaram ao formato de livro (70
trabalhos, 64 no Brasil e 6 no exterior).
José Inacio de Melo Souza (organizador)
Julho 2002/julho 2003
ANEXO
RELAÇÃO DE DISSERTAÇÕES E TESES DESCARTADAS
POR CONTEREM MÍNIMAS REFERÊNCIAS AO CINEMA BRASILEIRO
1.BERNARDI, Célia
de. Lendário Meneghetti: imprensa, memória e poder. São
Paulo, FFLCH/USP, Dissertação de Mestrado, 1993.
2.BRITO, Rubens José de Souza. Dos peões ao rei: o teatro
épico-dramático de Luís Alberto de Abreu. São
Paulo, ECA/USP, Tese de Doutorado, 1999.
3.LOUREIRO, Sandra Maria Medeiros. O lazer na vida de estudantes de pós-graduação
de psicologia e educação física da Universidade de
São Paulo: um estudo exploratório. São Paulo, Universidade
de São Paulo, Dissertação de Mestrado, 1985.
4.OLIVEIRA, Aline Cristina Sasahara de. Mulher solta, mulher louca - Maria
Venuto - das horas de seus dias à tela do cinema. Campinas, Universidade
Estadual de Campinas/IA, Dissertação de Mestrado, 1996.
5.SALES, Heloisa Margarida. Prática interdisciplinar ao ensino
da arte: estudo de caso - Colégio Equipe anos 70. São Paulo,
ECA/USP, Dissertação de Mestrado, 1992.
6.SANTUCCI, Isabel Aparecida. Ousadia autoral: três ou quatro divagações.
São Paulo, ECA/USP, Dissertação de Mestrado, 2001.
7.SARETTA, Vilmar. Ausência de problema. Pretexto para interpretar,
escrevendo textos de sabores plurais, usando linguagens e fragmentos construindo
uma obra programada contra o método. São Paulo, Universidade
de São Paulo, Dissertação de Mestrado, 1992.
8.MEDEIROS, Márcia. Luz, câmara, ação: reflexões
no cotidiano escolar. Niterói, Universidade Federal Fluminense,
Dissertação de Mestrado, 1999.
9.SOUZA, João Carlos de. Sertão cosmopolita: a modernidade
de Corumbá (1872-1918). São Paulo, FFLCH/USP, Tese de Doutorado,
2001.
10.VASCONCELOS, Maurício Salles de. Iluminações da
modernidade: uma caminhada com Rimbaud. São Paulo, FFLCH/USP, Tese
de Doutorado, 1994.
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