Certa vez, Margaret Bourke-White disse: “Nesta minha experiência, houve uma maravilha contínua: o timing de precisão que funciona através de tudo... por alguma graça especial do destino me foi depositado – como todos os bons fotógrafos gostam de estar – no lugar certo na hora certa.”
por Fabiola B. Notari
A fotomontagem surge como manifestação artística no período das vanguardas, torna-se reflexo de uma sociedade fragmentada que busca se reconhecer e se reconstruir em plena transformação social, política e cultural.
Walter Benjamin (1892–1940), em seu texto Pequena história da fotografia (1933), afirma que “a fotografia se liberta de certos contextos, como aqueles dados por um Sander, uma Germaine Krull, um Blossfeldt, se ela se emancipa de todo interesse fisionômico, político e científico, então ela se torna ‘criadora’. A tarefa da objetiva será a ‘visão simultânea’; o panfletário fotográfico aparece” (BENJAMIN, 2014, p. 112).
A luz revela forma, textura e volume de corpos e objetos. Ao ser eternizado, esse instante de convergência entre o visível e o invisível torna-se vestígio de uma existência, é nessa memória gravada que a fotografia de Gertrude Käserbier encontra-se.