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O Audiovisual e a Inclusão Social

O cinema sempre foi conhecido como a arte da imagem e do som, mas esse conceito vem mudando gradativamente com uma nova consciência coletiva de inclusão social. Os realizadores e exibidores, nunca tiveram a preocupação de dar acesso, em suas obras audiovisuais, para portadores de necessidades especiais.

A portaria Nº 310, de 27 de Junho de 2006, do ministério das comunicações aprovou uma norma complementar, consideranto o disposto no art. 53 do Decreto nº 5296, de 2 de dezembro de 2004, na Constituição Federal, que especifica “Recursos de Acessibilidade” para pessoas com deficiência, na programação veiculada nos serviços de radiodifusão de sons e imagens e de retransmissão de televisão. Uma proposta de grande relevância social que se preocupa, evidentemente, com a inclusão de parte da população, porém, que não vem sendo adotada nem por emissoras de TV, nem por produtoras de cinema (com raríssimas exceções).

Diretores e produtores de cinema não se dão conta de que pessoas portadoras de deficiências sejam elas auditivas ou visuais, também desejam “assistir” às produções audiovisuais brasileiras, portanto é necessário que essas produções sejam disponibilizadas para o mercado, ou nos circuitos de exibição, com opções para legendas em português, audio descrição e LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais).

Esse tipo de trabalho, além de democratizar a obra a mais pessoas, gera emprego para novos profissionais no mercado. Um filme ou vídeo com legendas em português ou o recurso da LIBRAS (um pequeno vídeo, no canto da tela, onde aparece uma pessoa interpretando o conteúdo por meio dos sinais) atende aos portadores de deficiência auditiva, em torno de 5,7 milhões de brasileiros. Já o recurso da audio descrição (onde há um locutor narrando as imagens e ações do filme ou vídeo, nos intervalos entre os diálogos) atende aos portadores de deficiência visual, estes são aproximadamente 16,5 milhões de pessoas no Brasil (fonte IBGE). É um público considerável, que também quer adquirir DVD’s e “assistir” filmes e documentários.

Os novos produtores audiovisuais precisam estar atentos a este aspecto quando realizarem suas obras, pois muito se fala sobre diversidade e inclusão e há diversas obras audiovisuais que tratam desse tema, mas não proporcionam acessibilidade a portadores de necessidades especiais. Isso é um contra senso que precisa ser corrigido para que o cinema brasileiro, sobretudo a produção audiovisual independente, não continue promovendo a exclusão de mais de 22 milhões de brasileiros, no que se refere ao acesso a suas obras audiovisuais.

 

Para saber mais acesse:

http://www.unisc.br/universidade/estrutura_administrativa/nucleos/naac/docs/portarias_res/por_310_06.pdf

http://www.audiodescricao.com.br/

http://www.legendar.com.br/