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Ficção científica é tema de retrospectiva na Berlinale

O Festival de Berlim (09 a 19.02) anunciou os filmes da Mostra Retrospectiva de sua 67ª edição.

A tradicional Mostra será dedicada aos filmes de ficção científica, com títulos do gênero desde os seus primórdios com foco em dois temas: “A Sociedade do Futuro” e “O Estranho e o Outro”.

Composta por um total de 27 filmes internacionais, inclui clássicos, filmes cultuados e produções pouco conhecidas de locais como o Japão e a Europa Central e Oriental.

Ao fazer o anúncio, Dieter Kosslick, diretor do Festival, lembra que a ficção científica é um dos gêneros cinematográficos mais bem sucedidos na história do cinema.

“Os mundos possíveis na terra ou no espaço abrem um vasto campo para redefinir questões de visões e até retratar medos coletivos. Sendo uma espécie de espelho para os debates públicos da sociedade, os filmes de ficção científica são extremamente atuais”, complementa.

O apelo especial destes filmes nos fornece uma experiência sensorial de um futuro distante, embora as visões positivas desse futuro tendam a ser a exceção.

O gênero é dominado por representações de distopias que muitas vezes trazem uma visão pessimista como é o caso da sombria questão ambiental retratada em “No Mundo de 2020” (Soylent Green), de Richard Fleischer – EUA 1973, um dos que compõe a Mostra. O filme retrata um mundo em que há uma competição intensa por água, alimentos, acomodações e onde os seres humanos são reciclados como o lixo.

Também fazem parte da Retrospectiva títulos focados em narrativas sobre sistemas totalitários e vigilância onipresente, entre eles a primeira versão cinematográfica do famoso romance de George Orwell “1984”, dirigido por Michael Anderson, UK / EUA 1956.

Outra atração traz a visão memorável do diretor George Lucas de um futuro tecnocrata em “THX 1138 – EUA 1971 – sobre uma sociedade eficiente e totalmente automatizada, na qual as emoções e a livre vontade do indivíduo são suprimidas com medicação

A Mostra inclui ainda subgêneros como os filmes pós-apocalípticos em que a Terra se tornou inabitável. Em “O-bi, O-ba: O fim da civilização”, de Piotr Szulkin, Polônia 1985, os sobreviventes de um holocausto nuclear recuam para uma vida subterrânea. Quando toda a ordem civilizada é aniquilada, a violência e o caos governam, mas também surgem novas formas de comunidade.

“O Estranho e o Outro” é outro aspecto onipresente nos filmes de ficção científica desta 67ª edição. O gênero é repleto de cenários que têm seres humanos entrando em contato com formas de vida extraterrestres e ideias sobre como eles vivem.

O filme dinamarquês Himmelskibet (A trip to Mars), de Holger-Madsen, que estreou em 1918 é um deles e evoca um olhar pacífico de uma expedição a Marte e o encontro com as formas de vida que existem lá.

Outros destaques incluem: “World of Space”, de Köji Shima – Japão – 1956; “Contatos Imediatos de Terceiro Grau”, de Steven Spielberg – EUA – 1977; “A Guerra dos Mundos, de Byron Haskin” – EUA – 1953; e “Pilot Pirx’s Inquest”, de Marek Piestrak – Polônia / URSS – 1979.

“A Mostra tem um olhar na história do gênero e mostra mundos imaginários, incluindo filmes pouco vistos de países como a Dinamarca, Japão, Polônia e Tchecoslováquia”, explica Rainer Rother, curador do evento e diretor artístico da Cinemateca Alemã.

Acompanhando a Retrospectiva, será lançado um livro ricamente ilustrado com ensaios de renomados autores internacionais sobre filmes de ficção científica no contexto do cinema de seus países.