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Cinema: Artigos e Críticas

Críticas de filmes, crônicas, artigos diversos sobre o mundo do cinema.

A Memória Infinita (2023, Maite Alberdi) | 47ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo

A Memória Infinita (2023, Maite Alberdi) | 47ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo

Por Fernando Oikawa Garcia

A Memória Infinita (2023, Maite Alberdi) é, durante boa parte de sua realização, um documentário caseiro. Ao fim da primeira cena, vemos Paulina Urrutia – atriz e ex-Ministra da Cultura do Chile – desligar a câmera, ligeiramente desfocada, posicionada à meia distância da cama que ela partilha com Augusto Góngora. Ele não sabe quem ela é; com graça, ela apresenta os dados fundamentais do filme: ele é jornalista; ela, atriz. É também sua esposa. No retrato do convívio e do amor do casal enquanto lidam com a degeneração progressiva do Alzheimer de Góngora, momentos íntimos como esse, filmados como uma espécie de vlog pessoal, constituem boa parte do filme e dão a medida de sua intimidade.

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A Batalha da Rua Maria Antônia (2023, Vera Egito) | 47ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo

A Batalha da Rua Maria Antônia (2023, Vera Egito) | 47ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo

Por Felipe Palmieri

 

A história recente do Brasil, entre muitas coisas, lançou as bases para que o discurso político retornasse à produção artística fervorosamente. A Batalha da Rua Maria Antônia (2023), segundo longa da diretora Vera Egito, chega à 47ª Mostra após vencer o prêmio principal no Festival do Rio 2023, e representa a politização como uma necessidade, tanto pelo posicionamento como filme quanto pela jornada retratada em sua narrativa.

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Fancy Dance (2023, Erica Tremblay) | 47ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo

Fancy Dance (2023, Erica Tremblay) | 47ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo

Por Giuli Gobbato

 

Apesar do fenômeno da miscigenação, em países como os Estados Unidos a cultura de povos originários é isolada do restante da população, tanto pelo governo quanto pela sociedade. A injustiça — ou melhor, a ignorância e negligência para com essas culturas — é a espinha dorsal de Fancy Dance (2023), de Erica Tremblay, cineasta estadunidense de origem Seneca-Cayuga, povo indígena da América do Norte. Apesar de já ter experiência na direção e  roteiros, por ser integrante da equipe de Reservation Dogs (2021, FX), série de protagonismo indígena, trata-se da estreia da diretora no formato de longa-metragem.

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A Torre Sem Sombra (2023, Zhang Lu) | 47ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo

A Torre Sem Sombra (2023, Zhang Lu) | 47ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo

Por Fernando Oikawa Garcia

 

“Você não acha que é vulgar falar assim?”, diz, em determinado momento, o protagonista de A Torre Sem Sombra (2023), dirigido pelo veterano Zhang Lu. Ao que o personagem ouve como resposta: “não é vulgar falar claro”. Tal interação, breve diante dos mais de 140 minutos do longa-metragem chinês, é todavia bastante sintética do dilema central dos personagens deste filme — a incapacidade de encarar frontalmente os dramas da vida. Crítico gastronômico que não ama a profissão e homem divorciado cuja filha é criada pela irmã, Gu Wentong é a figura que personifica esta crise: é um homem gentil mas amargurado, carregando angústias só para si e habitando um filme igualmente repleto de gentilezas e arrependimentos calados.

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