Aqui estão os textos, artigos e ensaios referentes a História do Cinema. A seção, desenvolvida com a ajuda de nossos colaboradores, professores, pesquisadores e cineastas, possibilita uma farta reflexão sobre o universo audiovisual. OBS: Textos de maior extensão encontram-se em PDF na seção "Downloads".
Na década de 30 deste século, Walter Benjamim, partindo de um referencial marxista para pensar as transformações que o desenvolvimento tecnológico impunha à vida cotidiana, ressaltava que a forma de percepção das coletividades humanas se transformava ao mesmo tempo que seu modo de existência, sendo ela própria e os meios pelos quais se manifestava condicionados natural e historicamente (1).
INTRODUÇÃO
Já fizemos notar em outro artigo alguns aspectos sobre a construção do mercado exibidor e a recepção dos filmes na cidade de São Paulo. Não se trata aqui de repetir o mesmo percurso, todavia de destacar nuances e aprofundar certos pontos da trajetória da organização do espetáculo cinematográfico na capital paulista.
A produção historiográfica sobre o início do Cinema no Brasil
Os cursos universitários de cinema têm quase meio século. Não seria um exagero afirmarmos que a produção universitária de teses e dissertações começou pelo princípio, ou seja, o cinema mudo, com o sólido grupo criado à volta de Paulo Emílio Salles Gomes. Um programa foi estabelecido na década de 1960 por Paulo Emílio, Maria Rita Galvão, Jean Claude e Lucila Ribeiro Bernardet, Ismail Xavier e Carlos Roberto de Souza, continuando a dar frutos nas seguintes (1).
No início do século São Paulo assistia com orgulho a velocidade das construções de seus edifícios, vivia o burburinho de seus cafés e, principalmente, a suntuosidade de suas salas de cinema: os palácios cinematográficos. A capital paulista abrigava as mais requintadas salas da América Latina e a efervescência cultural e artística da urbe estava diretamente ligada à sétima arte.