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Considerações preliminares e indicações bibliográficas

O cinema, seja sob a forma de arte ou como meio de registro e comunicação, tornou-se objeto de estudo das várias psicologias. Muitos autores servem-se do cinema para ilustrar diferentes questões psicológicas; construindo exemplos a partir dos personagens, retratando os caminhos e descaminhos da memória na história dos sujeitos, ou simplesmente caracterizando aspectos da vida emocional por meio da própria estrutura do filme.

Representam as dores da alma por meio de alusões e figuras cuja presença na mente do espectador pode incomodar tanto quanto a experiência do sofrimento real, arrancando-lhes lágrimas e gemidos do corpo. Atores e diretores nos oferecem filmes nos quais a analogia psicológica tornou-se de grande utilidade para os estudos de interesse clínico-individual, ou de interesse sócio-cultural, constituindo verdadeiros arquivos psicossociais.

Se de um lado o cinema, como a literatura, enriquece o universo de análises e estudos psicológicos, de outro, o conhecimento psicanalítico participa dos roteiros, das montagens, das críticas cinematográficas e, claramente, influencia o trabalho de muitos diretores.

Além dos temas psicológico-psiquiátricos, como a loucura, o medo, a paixão, o phatos humano, que são tão freqüentes nas telas, ao elaborar seus filmes, os cineastas cuidam de reconhecer os movimentos mais sutis do psiquismo.

Existencialismos, behaviorismos e misticismos psicológicos, muitas vezes de modo explicito, compõe cenas antológicas do cinema, cenas dramáticas, amorosas, heróicas, ou ainda, cenas depressivas, delirantes, maníacas ou alucinantes.

De um certo ponto de vista, a psicologia alimenta-se do cinema e vice-versa. Como resultado disso, hoje existe uma crescente produção de textos e sites que abordam o temas, alguns dos quais indicamos a seguir:

Publicações

Bartucci, Giovanna (org.). Psicanálise, Cinema e estéticas de subjetivação. Rio de Janeiro, Imago, 2000.

Espinal, Luis.
Cinema e seu processo psicológico. São Paulo, LIC editores, 1976.

Kracauer
, Siegfried. De Caligari a Hitler: uma história psicológica do cinema alemão. Rio de Janeiro, Jorge Zahar, 1988.

Lacoste,
Patrick. Psicanálise na Tela, Pabst, Abraham, Sachs, Freud e o filme Segredos de uma Alma. Rio de Janeiro, Zahar, 1992.

Luz, R. Analyse Structurale du Récit Filmique. Mons: Editions Ciné-Jeunes, 1969
______ Espace Potentiel et Expérience Filmique. Louvain-la-Neuve: CIACO, 1987.
______ Filme e Subjetividade. Rio de Janeiro: Rios Ambiciosos (N-Ensaios), 2001. (Em processo de edição).

Metz
, Christian, Psicoanálisis Y Cine, El significante imaginario.
Barcelona, Editorial Gustavo Gili, Colección Comunicación Visual, 1979.

Metz
, Christian; Kristeva, Julia; Guatari, Félix; Barthes, Roland.
Psicanálise e cinema. São Paulo, Global Editora e distribuidora Ltda, 1980.

Netto, Geraldino Alves Ferreira. Win Wenders, Psicanálise e Cinema. São Paulo: Unimarco, 2001.

Silva
, Carlos, Cinema Literatura e Psicanálise. São Paulo, EPU, s/d.

Zusman
, Waldemar, Os filmes que eu vi com Freud. Rio de Janeiro, Imago, 1994.


Artigos & capítulos de publicações

Costa, Jurandir Freire, "Murilo Salles e a Ética do Alheamento" in: A Ética e o Espelho da Cultura.
Rio de Janeiro, Rocco, 1994

Machado
, Arlindo. Filme, sonho e outras quimeras in: "Pré-cinemas & Pós-cinemas. Campinas, Papirus, 1997 (cap. 3).

Meyer
, Luiz, "O horror na beleza: comentário sobre o filme O deserto vermelho, de Michelangelo Antonioni", in: Silêncios e Luzes: sobre a experiência psíquica do vazio e da forma. São Paulo, Casa do Psicólogo, 1998.

Sampaio
, Camila Pedral, "Sonhos e cinema", in: Psychê, revista de psicanálise.
São Paulo, Unimarco Editora, 1999.




*Felipe Lessa é psicanalista, doutor em Psicologia Clínica na PUC/SP (com a colaboração de Flávio Brito, editor de Mnemocine).