Orlando, Minha Biografia Política (2023, Paul B. Preciado) | 31º Festival MixBrasil
Por Lucas Mazuquieri Reis
No ensaio biográfico que marca sua estreia como cineasta, o filósofo Paul B. Preciado reune 26 pessoas trans e não-binárias de diferentes gerações para reimaginar coletivamente Orlando, o clássico feminista de Virginia Woolf, como manifesto político para uma poética da existência queer. Vencedor do Prêmio Especial do Júri no 73º Festival de Berlim.
Identidade e suas formas na Mostra Competitiva Brasil de Curtas | 31º Festival Mix Brasil 2023
por Giuli Gobbato
Na Mostra Competitiva Brasil de Curtas do 31º Festival Mix Brasil 2023, as discussões sobre identidade ganham evidência em novos contextos e temáticas, mas ainda paralelas às questões de gênero e sexualidade.
Levante (2023, Lillah Halla) | 31º Festival Mix Brasil
Por Gabriela Saragosa
O longa-metragem Levante, de Lillah Halla, abre a trigésima primeira edição do Festival Mix Brasil. Premiado pela crítica no Festival de Cannes ― segunda participação de Halla no evento; seu curta-metragem Menarca, de 2020, também estreou no festival ―, o filme propõe um olhar à realidade do aborto no Brasil através da história de Sofia (Ayomi Domenica Dias), uma jovem jogadora de vôlei com uma carreira promissora à sua frente que inesperadamente se vê grávida.
O Mal Não Existe (2023, Ryusuke Hamaguchi) | 47ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo
Por Davi Krasilchik
É difícil descrever aquilo que não se vê. Pairando sobre a humanidade por meio de diferentes códigos morais, a maldade talvez seja um dos maiores mistérios de nossa espécie. É comum questionar até onde essa condição pode nos levar, e debates do gênero são especialmente frutíferos no cinema. O Mal Não Existe (2023) discute a relação entre o homem e a natureza e traz interessantes contribuições do diretor Ryûsuke Hamaguchi para esse assunto.
A Longa Viagem do Ônibus Amarelo (2023, Júlio Bressane) | 47ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo
Por Fabrício Laghetto
No dia 19 de outubro de 2023, o cineasta Júlio Bressane comparece à exibição de seu mais novo longa-metragem, de 7 horas de extensão, na 47° Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. Com o microfone em mãos, Bressane expressa seus agradecimentos àqueles que estão presentes na sala, por aceitarem participar de uma jornada heroica de aproximadamente 420 minutos de duração. Uma obra de intimidade tão singular quanto a experiência de se vislumbrá-la.
Ervas Secas (2023, Nuri Bilge Ceylan) - 47ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo
Por Felipe Palmieri
Ervas Secas (2023) inicia em um campo nevado, branco ao ponto da divisão entre céu e terra se extinguir. Um homem é deixado no descampado por um van, e segue caminho por uma pequena trilha. O caminhar do personagem evidencia familiaridade com o local, mas, logo em seguida, o primeiro pensamento vocalizado por Samet (Deniz Celiloglu) sintetiza a contradição do protagonista: ele quer, mais que qualquer coisa, ir embora novamente. Subverte-se a ideia base sobre o forasteiro no cinema: o personagem que batalha para ser aceito em um local que não quer recebê-lo, aqui é um professor respeitado que deseja fugir.