Por Beatriz Panico
Em sua terceira edição, o Festival Universitário de Cinema FUCINE reafirma seu compromisso em valorizar o audiovisual como ferramenta de expressão, unindo obras de diferentes estados do Brasil. Promovendo um espaço para novos olhares e narrativas plurais, o festival se consolida como mecanismo potente para divulgar a diversidade criativa exibida no cinema universitário. A sessão exibida no dia 15 de maio reuniu curtas-metragens que, por diversos modos, exploraram com sensibilidade temas da identidade contemporânea.
Angela Davis, Bell Hooks, Lélia Gonzales, Alaide Costa e Nina Simone. Intelectuais, artistas e cantoras cujos trabalhos apresentaram um ponto de virada na produção cultural humana. O que todas têm em comum? A importância que apresentaram para a evolução dos movimentos feministas e antirracistas. No entanto, “Desconstruindo Lene“, de Guilherme Maia, estabelece mais uma conexão entre as figuras: todas foram apresentadas pela primeira vez à Lindiomar “Lene” Ribeiro durante a extensão do curta documental.
Logo após a chegada da equipe na casa de Lindiomar, quando perguntada sobre sua orientação sexual, ela responde: “Sou viúva”. Apesar do tom humorístico, esse momento traz o cerne da crítica que o filme se propõe a fazer: conscientizar e expandir os horizontes de uma mulher que, como a maior parte da população brasileira, não tem acesso à produção cultural por conta da desigualdade social presente no país.
A conduta diante dessa tentativa de esclarecimento se baseia na leitura de um manifesto que diz respeito à representação negra na história da arte brasileira. O momento é registrado em planos fechados que capturam as reações de Lindiomar diante do que é lido. Os enquadramentos fogem do ordinário ao explorar ângulos tortos, contra-plongées da entrevistadora e inversões de ponta cabeça.
O grande destaque do filme, no entanto, é a sua montagem. Logo no início, os créditos são exibidos em uma sequência rápida de cores fortes e chamativas, que contrastam com o preto e branco de boa parte do material filmado. Ocasionalmente, os relatos de Lindiomar também são interrompidos por cores e declarações dos autores sobre suas escolhas artísticas. Durante um momento do relato, o boom, equipamento utilizado para a captação de som, aparece em plano, sendo logo interrompido pela frase “O boom foi proposital”, escrita sobre uma tela branca.
Esse momento também revela outra escolha interessante por parte da equipe: a decisão de não só manter os erros de gravação, mas incorporá-los à linguagem do projeto. Assim, os autores se inserem na própria obra, o que atua como um mecanismo de humanização das pessoas por trás da câmera. Muitas das vezes, documentários apresentam uma distância entre o diretor e o objeto. Essa distância não cabe no contexto específico de “Desconstruindo Lene” que, pela politização proposta, exige uma abordagem mais próxima e cuidadosa.
Até certo grau, seria possível argumentar que o curta se preocupa excessivamente com a exposição de referências à Lindiomar, a ponto de que sua própria experiência é deixada de lado. Nos últimos momentos do filme, porém, a equipe revela ter entregue à Lene uma filmadora, após o processo de entrevista.
O que pode parecer uma decisão sem importância funciona como uma ação poderosa por fornecer à Lene uma ferramenta de controle sobre a sua narrativa. Partindo de uma iniciativa própria, as imagens revelam a visão de mundo de Lindiomar, agora influenciada por novas referências, o que atribui ao filme a sensibilidade rara de se preocupar com a perspectiva de um alguém que pertence a uma realidade diferente à dos próprios autores.
Existe uma mudança drástica entre o tom de “Desconstruindo Lene” e o do curta-metragem exibido logo em seguida: a ficção de Mia Lima Rocha, “É Fundamental Te Ter Por Perto”. Sob uma perspectiva centrada na experiência feminina, o curta recorre ao humor como ferramenta para abordar, de forma crítica, a temática do assédio. No entanto, a crítica construída opta por uma conduta diferente, se distanciando do convencional na retratação do assunto.
Logo no primeiro momento, o espectador é inserido na discussão entre dois jovens amigos, Bia e Bruno, em um restaurante. O motivo da discussão? A forma como Bruno lidou com uma situação em que a amiga se encontrava sendo assediada por um homem desconhecido, tendo optado por intervir ao invés de ter deixado Bia lidar com a questão sozinha. A partir de tal premissa, a direção opta por explorar uma perspectiva diferente, problematizando não só a prática do assédio em si, mas principalmente a intervenção masculina em um momento que não lhe diz respeito.
O incômodo diante da forma como a situação foi conduzida é expressado por Bia desde o primeiro minuto. Seu desconforto parte da vontade de não se tornar uma vítima: ao responder seu assediador, ela tomaria controle da própria situação, algo que lhe foi tirado pela atitude de Bruno.
Inicialmente, o filme parece seguir uma linha de raciocínio sóbria. No entanto, esta é rompida quando os supostos figurantes presentes no restaurante passam a intervir na discussão, alcançando um novo patamar quando uma mulher próxima à dupla se levanta para dizer à Bia que acha sua reação exagerada. Pouco a pouco, outros figurantes também se erguem e se dão o direito de comentar a situação, todos se posicionando a favor de Bruno.
Talvez o comentário mais marcante vindo dos figurantes, “Não tá romântico”, reflete justamente a expectativa social sobre como a situação deveria ter se desenrolado. A atitude de Bruno não é lida como intervenção indesejada, mas sim como gesto heróico e ato de proteção idealizado. Nessa norma, seria esperado que o homem tomasse a frente e resolvesse a situação, forçando a mulher a ocupar uma posição passiva. A reação de Bia, portanto, rompe com essa expectativa ao afirmar sua autonomia, o que gera incômodo no público.
Diante da indignação coletiva, o filme dá mais uma guinada com a quebra humorística da quarta parede: os próprios figurantes, agora completamente inseridos no debate, declaram estar cansados da postura de Bia e a convidam a deixar o filme.
Em determinados momentos, o humor desenvolvido a partir do absurdo poderia ser forçado — não fosse essa justamente sua proposta. Poderia se dizer que algo do tipo nunca aconteceria na vida real — não fosse essa a realidade invisível para tantas mulheres.
A direção se utiliza do exagero para denunciar a sistemática social de favorecer o lado masculino e marginalizar o feminino, tratando vítimas de situações de assédio, por exemplo, como histéricas, ao passo que enaltece homens por fazerem o mínimo. Esse comportamento se torna evidente diante da mobilização gerada ao final: após Bruno afirmar que deixaria o filme caso Bia fosse forçada a sair, todos os figurantes se solidarizam com a atitude altruísta e se dispõe a acompanhá-lo.
De forma menos direta, a crítica do filme também funciona para a tendência apresentada na atualidade de tornar assuntos pessoais em matéria de repercussão pública. Em tempos em que a privacidade se esvai cada vez mais e o fluxo de informação (ou desinformação) atravessa todos os indivíduos, questões sérias como o assédio não estão imunes, sendo forçadas sob um microscópio para que todos possam ver e opinar sobre. Tal prática não só implica em uma perda da vida íntima, mas também pode ser extremamente prejudicial e desrespeitosa no contexto.
Então, como se o filme não houvesse sofrido reviravoltas absurdas o suficiente, tem início um número musical com direito à banda e coreografia. Enquanto caminham pelas ruas do Rio de Janeiro, a multidão alegre canta e joga Bruno no ar, exaltando-o até o amanhecer. A personagem de Bia, por sua vez, não é mais vista a partir do momento em que os figurantes passam a se mobilizar a favor do jovem, sofrendo um apagamento definitivo que reflete o mesmo processo sofrido por tantas mulheres, que têm as suas dores deixadas de lado.
“Rheum”, traduzido para português como reuma; catarro; secreção mucosa proveniente dos olhos ou do nariz, também se mostrou um destaque da edição. O curta animado de Rayana França trata de Remela, um menino cujo nome justifica o título do filme, e sua jornada sensorial pelo mundo dos sonhos.
A narrativa, apesar de intrigar com elementos de suspense, não é o que torna o filme especial, mas sim o estilo de animação em areia e a trilha sonora original que, quando combinadas, proporcionam uma experiência sinestésica ao público.
A animação, produzida inteiramente na cor preta, gerando um efeito similar à de sombra, une elementos e referências vindas do próprio teatro de sombras. A escolha também lembra pinturas rupestres e mesmo a técnica nordestina da literatura em cordel, pelo estilo simples e cru. Tal estética, unida à trilha sonora composta pela música e por ruídos de animais, contribui para a construção do suspense no pesadelo em que Remela se encontra.
Os dois minutos de duração evitam rebuscamentos desnecessários. A animação bruta e a extensão concisa constroem um universo extremamente efetivo.
“Jatão, buzão, caixote, baú e caquinho”. São muitos os apelidos dados ao mesmo ônibus que faz o trajeto Lima Duarte, Laranjeira, São José dos Lopes e Ibitipoca, na Zona da Mata, em Minas Gerais. São tais apelidos que também dão nome ao inusitado curta-metragem documental, vencedor do prêmio de melhor roteiro da terceira edição do festival, dos alunos do curso “Desvendando a Serra Grande”, projeto que se propôs a introduzir a produção audiovisual aos moradores da região.
Provando novamente como uma câmera pode atuar como recurso valioso para a democratização cultural, ao promover o compartilhamento de diferentes realidades, os autores tomaram como matéria-prima a relação dos usuários de um ônibus com o próprio meio de transporte. O destaque é a forma como as entrevistas foram conduzidas: por um grupo de meninos pré-adolescentes.
Em muitos aspectos similar à “Desconstruindo Lene”, ao passo que ambas as obras incorporam erros de gravação e inserem os próprios autores no filme, “Jatão, buzão, caixote, baú e caquinho” é beneficiado pelo carisma infantil dos entrevistadores.
Contando com perguntas como “Você acha que o ônibus é bom ou ruim?”, o documentário foge de seu suposto objetivo principal e se torna um retrato mais interessante ao investigar os próprios meninos. Enquanto fazem graça no ônibus e exploram os equipamentos de gravação, o espectador é conduzido por uma dinâmica caótica e espontânea que revela a vivacidade do olhar infantil sobre o mundo ao seu redor.
A trilha sonora é outro elemento que não poderia ser deixado de lado — um dos grandes pontos altos do curta-metragem. Composta a partir de falas dos meninos durante as entrevistas, a batida de funk criada a partir desses trechos permite o desenvolvimento de uma montagem ritmada, que intensifica o dinamismo da narrativa e transforma o cotidiano aparentemente banal em algo pulsante e cheio de vida.
Também de abordagem documental, mas com um tom especialmente sensível ao se basear no que parece ser uma experiência pessoal, “Viagem No Tempo”, curta-metragem de Pedro Bournokian, emociona pela delicadeza com que transforma o mínimo em algo profundamente significativo. A simplicidade do filme — que consiste apenas da junção de um vídeo antigo de baixa qualidade com uma mensagem de voz — oculta uma carga dramática imensa, que atinge o espectador quando este menos está esperando. O curta foi vencedor dos prêmios Eduardo Coutinho de Melhor Curta-Metragem de Documentário e Nelson Pereira dos Santos de Melhor Direção.
Na mensagem de voz, Pedro entra em contato com um velho amigo de escola, revelando ter recuperado o único registro que tem com o pai — um vídeo curto, de baixa qualidade, gravado anos atrás, no dia em que os dois foram juntos a um estádio assistir a um jogo do Palmeiras. É uma memória rara, já que o pai esteve ausente durante quase toda a sua vida. Devido à sua curta duração, ao longo dos sete minutos de filme, o vídeo é repetido várias e várias vezes. No entanto, imagens que poderiam não apresentar significado algum sozinhas são ressignificadas pela presença de uma narração pessoal de Pedro, transformando essas imagens em símbolo da conexão paterna perdida.
Ao relembrar esse dia no estádio, Pedro mergulha profundamente em suas memórias. Futebol, ele conta, era o único ponto de contato entre os dois e naquele dia específico, o jogo virou no final, em uma sequência improvável de gols. Pedro lembra de ter visto o pai chorar, em uma mistura de afeto e choque, o choque de uma criança que vê pela primeira vez os pais, sempre inabaláveis, demonstrarem vulnerabilidade e fraqueza.
O relato abre uma porta para a alma do protagonista. Imerso em recordações, a voz de Pedro revela uma nostalgia que se perde assim que ele retorna ao presente. Seu pai se foi e aquele vídeo continua sendo o único registro entre os dois.
Na infância, Pedro conta que os outros zombavam do fato de ele não ter pai, mas aquele vídeo era sua prova. Ele insiste nesse ponto como quem quer convencer o outro, mas que na verdade está tentando convencer a si mesmo. Quando diz que tem sim um pai, sua voz parece voltar à infância. É uma vitória triste, carregada por uma antiga insistência.
O filme termina exibindo, agora sem a mensagem de voz, o vídeo completo gravado no estádio. Apesar do silêncio, o espectador é irreversivelmente transformado pelo que foi escutado antes, atribuindo à imagem um impacto devastador. “Viagem no Tempo” inspira por sua coragem e, mesmo com sua simplicidade técnica, alcança o que muitos não conseguem.
Vencedor do prêmio Suzana Amaral de Melhor Curta-Metragem de Ficção, “KM 100”, de Lucas Ribeiro, se inicia com a imagem de um menino com uma filmadora em mãos. “Mãe, é pro futuro”, é o que diz enquanto pede à mãe que lhe conte a história de sua família. Anos mais tarde, esse mesmo menino, Miguel, agora adulto, mantém viva a curiosidade sobre suas origens. Motivado pelo desejo de compreender quem é, ele parte em uma jornada de autoconhecimento em busca de Dorival, um parente distante sobre quem sua mãe falava quando ele ainda era criança.
Logo quando inicia seu caminho pela estrada, Miguel pede direções a um senhor desconhecido até a casa de Dorival. “Sempre reto” é o que ele responde. Sempre reto, até o km 100. Indo muito além de seu sentido geográfico, a breve troca de sabedoria do senhor faz um presságio ao futuro recente de Miguel. A frase funciona como metáfora para a continuidade na estrada em busca da própria identidade.
No entanto, após finalmente chegar ao seu destino, Miguel é abalado pela notícia da morte de Dorival e, consequentemente, a perda do único elo que restava para descobrir sobre suas origens. Nesse momento, a frase dita anteriormente pelo senhor ressurge como forma de conforto: apesar das incertezas e dos possíveis desvios, o caminho rumo ao autoconhecimento exige determinação e persistência. “Sempre reto”.
O cuidado da direção se evidencia também na maneira como representa a perda de Dorival: ela se manifesta como um ponto de virada na jornada de Miguel. Mesmo sem o reencontro com o parente distante, ele é capaz de encontrar respostas dentro de si. É no diálogo com a mulher que agora ocupa a casa de Dorival que Miguel percebe que sua identidade não depende de laços sanguíneos, mas também das relações e afetos que o moldaram ao longo da vida, se identificando com cada um dos rostos que encontra ao longo da jornada.
Essa reviravolta interna é traduzida visualmente por uma série de planos que mostram personagens sorrindo para a câmera, como se reconhecessem a beleza e poder contidos nas pequenas conexões humanas que definem nossas identidades.
Fazendo uso de cores vibrantes e enquadramentos que se aproveitam da iluminação natural, o filme se preocupa em construir uma forte poesia visual. Planos como o de Miguel caminhando entre roupas no varal, sua sombra sendo vista através de uma cortina ou seu rosto sendo refletido no retrovisor de um carro revelam uma preocupação em traduzir, através da linguagem técnica, toda a sensibilidade da narrativa.
O último filme exibido na sessão, “Uma Colagem Sobre Nós”, de Molina, reúne quatro indivíduos trans de diferentes gerações em uma oficina de artesanato com uma proposta simples: discutir seus complexos relacionamentos, com amor e identidade, enquanto buscam representá-los visualmente em colagens. A forma como o curta-metragem é conduzido, porém, em muitos momentos funciona menos como um filme em si, e mais como um registro audiovisual que permite que o espectador se torne observador de um debate que diz respeito à outra realidade.
O espectador não se sente propriamente envolto na conversa. Isso ao que a câmera é sempre posicionada em ângulos que mantém o espectador no lugar de observador, criando uma distância entre ele e a narrativa sendo construída, consequentemente impedindo-o de se conectar em um nível mais profundo com os indivíduos que corajosamente se dispõem a compartilhar suas histórias.
Ao longo do debate, os participantes discutem como percebem o amor e as dificuldades em aceitar que ele pode, de fato, ser para todos. A compreensão sobre o que o conceito representa varia entre eles, indo além da ideia tradicional do amor como sentimento romântico. Para os presentes, acima de tudo, amor é ser compreendido em vida.
O ponto mais marcante da conversa, porém, é com certeza o momento em que se discute o renascimento constante como um fator vital na identidade trans. Presente em uma das colagens, uma flor que sofre mutações ao longo de toda sua vida é considerada representativa dessa relação, estando eternamente a florescer, submetida a mudanças constantes. Sobre a questão, um dos presentes diz: “É isso que a gente faz. A gente pega o que é reconhecido e muda” — afinal, a apropriação e ressignificação de referências é um dos pilares para a construção da identidade de todo indivíduo.
Tendo em mente tal conceito, o título do curta-metragem faz referência não só à oficina em que os indivíduos se encontram, uma vez que a identidade trans pode ser compreendida como uma colagem em si pelo constante redescobrimento e transformação a que está sujeita.
Em determinado momento da discussão, uma questão é levantada: “Quantas histórias você descobre em você?”. O resultado final das colagens, compostas a partir de desenhos, recortes e pinturas abstratas parece dar a resposta — ter uma identidade fixa é se impor limitações e grande parte de estar vivo é estar aberto às transformações proporcionadas pelas experiências que nos cruzam.
Com um olhar sensível e atento à pluralidade de vozes que compõem o audiovisual contemporâneo brasileiro, a curadoria da terceira edição do festival FUCINE reuniu obras que, partindo de propostas e linguagens diversas, dialogam entre si pela temática comum da identidade, seja essa voltada ao autoconhecimento ou a compreensão das vivências do outro.
Ao colocar em foco múltiplas formas de perceber a realidade, o festival reafirma a importância da arte como espaço de resistência e afirmação, onde cada história contribui para o desenvolvimento de uma narrativa mais rica e humana.
Biografia
Beatriz Panico é uma estudante de cinema, atualmente no terceiro semestre do curso da Fundação Armando Álvares Penteado. Apaixonada por literatura e escrita desde cedo, logo desenvolveu um interesse especial por áreas mais teóricas do meio cinematográfico. Apesar de também apresentar interesse pela fotografia e direção de arte, sua paixão pelos estudos em história do cinema e crítica ainda falam mais alto.
Coordenação e Idealização: Flávio Brito
Produção e Edição: Bruno Dias
Edição: Davi Krasilchik, Luca Scupino e Gabriela Saragosa
Edição Adjunta e Assistente de Produção: Davi Krasilchik e Caio Cavalcanti
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